Levantamento militar <br> na Líbia
Forças do autodenominado Exército Nacional Líbio controlavam, anteontem, a base naval, o aeroporto e parte da cidade de Benghazi, bem como o aeroporto de Tobruk e o Congresso Geral Nacional (CGN), em Tripoli. Sexta-feira, 17, uma operação designada de «Dignidade» foi desencadeada na segunda cidade líbia. Aviões, helicópteros e contingentes do exército, incluindo pelo menos uma unidade de forças especiais, bombardearam edifícios ocupados pelos chamados rebeldes e pelas autoridades secessionistas da Cirenaica. O número de vítimas dos combates registados durante o fim-de-semana em Benghazi ascende a 80 mortos e 150 feridos, informaram agências noticiosas.
De acordo com as mesmas fontes, a ofensiva em curso é comandada pelo general na reserva Khalifa Haftar, que diz ter como objectivo expulsar os terroristas islâmicos do país. As forças leais ao chefe militar, que viveu exilado nos EUA durante duas décadas e regressou à Líbia, em 2011, para integrar o levantamento contra o regime liderado por Muhamar Khadafi, anunciaram também a suspensão dos poderes executivo e legislativo do CGN, cujos deputados reagiram apelando às brigadas que até aqui controlavam o território para se unirem contra a investida.
Milicianos da cidade de Zintan, sob a bandeira do paramilitar Escudo Central da Líbia, tentaram impedir o assalto ao parlamento, mas foram obrigados a recuar em direcção ao aeroporto de Tripoli, infraestrutura que, ao que tudo indica, ainda controlam. Na capital, os grupos armados atacaram, igualmente, as instalações de um dos canais de televisão privados que transmitiram em directo a comunicação oficial dos militares revoltosos, lida pelo coronel Mokhtar Fenna, comandante da polícia militar e que estará também ao lado do golpe dirigido por Haftar.